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  1. Castelo de areia

    segunda-feira, 9 de abril de 2012


    Sabe aquela estabilidade. Tudo correndo dentro de um curso perfeito, ou pelo menos tranquilo. Tudo dentro dos trilhos. Pois é, falsa e vã ilusão. Busca-se a plenitude e felicidade. Porém quando menos se espera as coisam mudam. Sentimentos mudam. Pessoas mudam. Convicções mudam. Clichê, mas real: tudo muda. A questão é, o falso preparo que temos para lidar com a mudança. Mesmo vivendo em busca de mudanças, novidades. (Tudo bem? Novidades?). Nunca esperamos novidades ruins, só esperamos e queremos mudanças, ou novidades, boas. Existem mudanças que chocam, nos trazem sentimentos desconhecidos, dores e incômodos novos. Já que estamos alheios a sofrer com as mudanças (novidades), acontecimento esse tão almejado pela maioria, estamos inevitavelmente alheios a sofre e nos surpreender de forma negativa. Seria mais fácil se estivemos preparados para tudo, seja bom seja ruim. Mas se for assim não tem graça né!? Ou tem? 

    Tudo muda. Pelo menos uma coisa boa tem, sempre tem. Se o que mudou é ruim, muito ruim, uma hora vai mudar de novo e vai ficar bom, muito bom.  

    ( I Coríntios 13)

  2. mais perto...

    quinta-feira, 5 de abril de 2012


        Neste exato momento estou dentro de um avião, provavelmente, sobrevoando o Rio de Janeiro. O sol está se pondo. Lindo e laranja. Seu reflexo nas nuvens as  transformam em fogo. Vivo. Dá até vontade de pular de braços abertos, como diria um amigo meu. 

        Há uns 15 anos, em um voo com a minha Vó, ela, mais uma vez, disse algo que nunca esquecerei. Falou que para ela estar fisicamente mais perto do céu lhe trazia a sensação de estar "pertinho" de Deus. Esse é o sentimento que tenho agora. 

    Estando mais próximo (pertinho) de parte da criação, que de alguma forma ainda está intocada pelo homem, sinto o Criador mais perto. 
       Não é necessário artifícios espetaculares, gritar, correr, fazer escândalo, para estar mais perto de Deus. Basta admirar sua obra.

      Admirar a perfeição da natureza , tão pouco contemplada por nossos rotineiros e acostumados olhos, traz a certeza que o eterno está por vir. 

  3. O poder de uma história

    terça-feira, 31 de janeiro de 2012

    No quarto período da faculdade eu tive uma disciplina chamada Linguagem Jornalística e a professora para a última unidade passou um perfil. Precisávamos falar de alguém com uma história interessante ou inusitada,com uma vida intrigante, ou com idiossincrasias (tava louca para usar essa palavra), porém que fosse anônimo. 

    Fui atrás do meu personagem, não foi nada fácil. Talvez se fosse no Rio de Janeiro seria um pouco mais fácil de eu conhecer alguém com essas características, mas em Natal foi complicado. Mas achei! Fiz o perfil da Dona Necy Bezerra. Eu já disse  em outros textos meu fascino por pessoas velhas, eu adoro pessoas velhas. E meu perfilado nesse trabalho não poderia ser diferente, Dona Necy tem 71 anos e milhões de histórias para contar. 

    Eu marquei com ela uma tarde em sua casa. Foram momentos ótimos, o perfil com certeza rendeu. Mas não é apenas por isso que estou escrevendo esse texto. Mas sim para dizer o que ganhei ao escrever a história dessa mulher. No dia da entrevista já sai satisfeita. Ouvir histórias antigas sempre foi uma coisa que me encantou. Então sai da entrevista encantada e feliz. Feliz por ouvir e ser ouvinte. 

    (Necy aos 15 anos, com sua sanfona. Foto:Arquivo Pessoal)
    Outro presente que recebi ao escrever a história de Dona Necy, foi recentemente. Confesso que andava ligeiramente desencantada com meu curso, por motivos diversos. Mas semana passada, recebi um cartão, escrito o seguinte texto: "Thalita: Fiquei emocionada com o seu artigo: vibrante, fiel, verdadeiro. Muito grata pelo seu carinho. Necy". O que senti ao ler o cartão apagou qualquer frustração que eu vinha sentido. Exercer o papel de um contador de histórias e saber o quanto aquele ato foi importante para o personagem é mágico.  

    Para uma história ser brilhante não depende apenas da notoriedade do personagem, mas sim da vontade e do prazer de quem a conta. 

    Clique para ver o   Perfil Dona Necy .
      

  4. Feliz Por Nada

    quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

    Hoje, terminei de ler meu segundo livro da Martha Medeiros - Feliz Por Nada. Já conhecia o seu nome, do livro/filme Divã, como colunista do Globo. E tal. 
    Confesso, que foi garimpando em um monte de livros, que encontrei o Selma e Sinatra e graças ao nome da autora comprei quase sem ler o prefácio. Feliz surpresa. Achei ótimo, devorei em um dia. Logo providenciei mais Martha Medeiros. Neste caso, o Feliz Por Nada. Que correspondeu perfeitamente minhas expectativas. Ótimo também. Sabe aquela sensação de "quando eu crescer quero ser igual a..."? Então terminei o livro exatamente assim. Quando eu crescer quero escrever como Martha Medeiros. 

    É lógico que existem assuntos que discordo, mas isso é normal. Nem por isso vou deixar de ler. Ou admirar. 


    Em umas das crônicas do livro, ela diz que foi entrevistada pela Marília Gabriela. Fui logo no YouTube procurar a entrevista pensando, "Como será a voz da Martha Medeiros?". Não achei a entrevista que queria, mas achei uma que a Leda Nagle fez com ela. Assisti. O engraçado foi que eu li dois livros dela e tinha a certeza que sabia como era sua voz. Afinal, seus textos parecem conversas com o leitor, até mesmo no romance - Selma e Sinatra. Ela escreve de uma forma leve, que não fica cansativo terminar. É engraçado e reflexivo, mas está longe de ser auto ajuda. Melhor assim. Voltando a voz da escritora. Até que a voz que eu ouço ao ler os livros é bem parecida com a verdadeira. Outra coisa, me peguei pensando o seguinte "ela existe!". Não como uma fã enlouquecida, que grita e chora por um ídolo efêmero. Mas sim no sentido de me surpreender em uma pessoa  que se mostrar, se abre, tanto através de seus textos realmente existir. Hoje em dia isso é difícil, as pessoas mentem, inventam, criam tantas coisas que ver um escritor que escreve sem reservas realmente existir é uma surpresa. Feliz por não ser uma ficção. 



    Como é bom virar uma página e a seguinte estar em branco. Fim do livro, ou melhor, começo de outro.