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  1. A Mudança

    sexta-feira, 25 de março de 2011

    O silêncio da casa grita por barulho;
    Tudo escuro, calmo, calmo demais;
    Falta uma luz, a criança, o cheiro;
    Coisas no lugar, nenhuma bagunça.

    O silêncio da casa esperneia por barulho;
    Janelas e portas sempre fechadas;
    Fogo não se acende;
    As plantas morrem, elas não podem pedir água.

    O silêncio da casa suplica por barulho;
    Roupas jogadas e ninguém pra brigar;
    Liberdade, privacidade, sossego;
    Solfejar do violão, cantarolar de uma canção.

    O silêncio da casa se acostuma;
    Mesmo com o silêncio A luz estará lá;
    Ele não achará o barulho de antes, mas ouvirá o dobrar de joelhos;
    Escutará a sinfonia de um Amém.

  2. Maria das águas

    quinta-feira, 24 de março de 2011

    Jornalismo 2010.1
    Primeiro texto de Redação Criativa. 16/03/2011.

    Maria das águas.
           E lá vai Maria... Como todos os dias, bem cedinho, preparar seu ganha-pão. Maria vende água na praia de Copacabana, zona sul carioca. Maria é uma jovem muito justa e esforçada, terminou os estudos, mas vender água na praia dava mais dinheiro.  A jovem era conhecida por todos, ela era simpática ao ponto de vender graças ao seu sorriso.

         Era conhecida também por ser muito corajosa, ela trabalhava duro, todos os dias, sem folga, para ajudar sua mãe com as contas. Porém Maria tinha um sonho, de fazer uma faculdade. Esse era o grande sonho dela, se formar em direito e defender os mais necessitados. Muitos achavam utopia de Maria, como seria possível uma simples vendedora de água ser tornar doutora?

       Os verões passaram, a praia de Copacabana continuou sendo umas das mais visitadas do país. Aquela praia com todos seus turistas, seus vendedores e suas peculiaridades. Pouca coisa muda em Copa. Mais um domingo ensolarado, praia lotada, ótimo para as vendas. Mas cadê aquela menina sorridente da água? Ela continua sorridente e com a mesma expressão gentil de sempre, mas a praia não é mais lugar de trabalho e sim de lazer. Maria não carrega mais um isopor pesado e sim sua linda bolsa. Ela chega à praia, aluga sua cadeira, cumprimenta a todos e senta para admirar a beleza do lugar. Sentir o cheiro da maresia, prestar atenção nos grãos de areia entrando em seus dedos e se maravilhar com o brilho do sol refletindo no mar gelado. Agora ela não é apenas ”Maria a menina da água” e sim “Maria a Doutora”!