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  1. Eu no Mundo

    terça-feira, 24 de maio de 2011

          Eu não sou do mundo, estou nele apenas de passagem. Sou um forasteiro aqui. Enquanto isso  fico por aqui, vou aprendendo o que devo fazer e o que não devo.  Às vezes deixando o leão aparecer outras vezes à criança, depende de quem está na frente. Por vezes reprimindo sentimentos. O mundo é bom só pra passar um tempo. Eu conheço um lugar muito melhor. Mas como estou por aqui, vou falar deste mundo mesmo.

         Nada fácil ser forasteiro por aqui, as pessoas te cobram e te julgam: “AH! Porque você é assim? Não precisa disso tudo!”. Se ao menos houvesse respeito já seria um bom começo. Elas julgam porque é um mal do homem julgar e principalmente pré-julgar. Julgam por não conhecer e muitos não fazem a menor questão de tentar.Esse mundo foi criado pra ser bom, mas o ser humano não tem ajudado muito nessa parte. Alguns esquecem que o bom mesmo é viver em paz e ser feliz. Pra quem vive nesse mundo isso tudo é muito utópico não? Mas o rascunho era esse, mas na hora de passar a limpo estamos usando a caneta errada.
         
         Todos os dias nós temos a oportunidade de parar de usar essa caneta, e usar um lápis simples para passar esse rascunho a limpo. Mesmo assim insistimos com a caneta, mas o problema da caneta é que não da pra apagar. Triste.

         Porém eu sei de um lápis que resolve esse problema, a cor desse lápis é vermelha, e o maior segredo dele é que ele apaga os traços errados da caneta. E não são por linhas tortas não, são por linhas certas, certíssimas.

     
    (I Coríntios 13:10)  


  2. Meu Avô, uma pessoa velha.

    sexta-feira, 20 de maio de 2011

    Eu me rendo, prefiro as crônicas. Elas me transmitem muito mais que enormes romances. Afirmam que as crônicas são relatos do cotidiano (realidade) com um olhar diferente. Eu não acho que as crônicas sejam necessariamente realidade, até porque a realidade por vezes consegue ser mais surreal que a imaginação. Por me render a esse estilo, tenho lido exaustivamente.E por coincidência as ultimas que li eram sobre velhos. Isso mesmo, pessoas velhas. Eu adoro pessoas velhas. Dizer que alguém é velho não deveria ofender e sim ser um mérito. Pessoas velhas, não pessoas envelhecidas. A riqueza da memória e o brilho das histórias. Tenho a sensação que essas pessoas estavam em todos os acontecimentos marcantes ao mesmo tempo. Elas sempre têm alguma coisa pra contar.
    Eu tenho velhos na minha vida. Amo. Um foi embora. Tenho a lembrança do seu jeito de vestir, de falar e de pentear o cabelo. Meu avô, ele foi porteiro no bairro do Jardim Botânico, por muito tempo, lembro-me de ir visita-lo. E onde ele guardava suas coisas, era um baú bem grande, que tinha um cheiro tão peculiar. Tão especial. Consigo sentir esse cheiro. Meu avô era cheiroso, muito vaidoso.  A ultima lembrança que tenho dele é ele bem arrumado. Com o cabelo impecável, uma blusa verde água e uma calça branca (um tanto quanto bicheiro). Ele me deu um conselho e um abraço. Desde então eu nunca havia sonhado com ele, recentemente sonhei e ele cabia em meus braços, o abracei com tanta vontade que pude sentir seu cheiro. Botei minha mão em seu coração, pra ter certeza que batia, e no meu sonho ele batia. Rápido.