Sempre lembro desse texto,cada vez que eu o leio ele me passa uma forma diferente.Parece que ele sempre tem o que dizer,espero que ele te diga algo.

O fato é que, em mais uma manhã sem graça, onde tudo estava, como sempre, perfeito, ela resolveu sair de seu castelo para conhecer o mundo. Foi a última vez que alguém do castelo viu a Princesa. Ela explorou matas, vilarejos, cidades enormes e desertos, mas como sempre, tudo parecia muito comum. Em uma noite, caminhando perto de um lago, de um lugar onde os sonhos são vida e poucos conseguem chegar, ela esbarrou em uma pedra escondida atrás dos arbustos. A pedra gritou tão alto que a Princesa não pôde conter o susto.
-Perdoe-me, eu não vi você aí. – Disse a Princesa curiosa.
A pedra apenas resmungou.
- Você é uma pedra muito mal educada! – Retrucou a Princesa ofendida.
- Pedra? Você me confundiu com uma pedra. Não posso acreditar!
- Ora, e o que você é então?
- Uma estrela caída, você é cega?
A Princesa incrédula apenas sorriu e desculpou-se. Pobrezinha, devia estar maluca por estar há tanto tempo ali sozinha. Os dias se passavam e a Pedra- Estrela interessava cada vez mais à Princesa. Elas conversavam por horas e discutiam por quase tudo. As discussões divertiam a ambas que no fim sempre acabavam a gargalhadas. A Princesa contava a Pedra como era o mundo, mas recusava-se a dizer que o achava tão sem graça, pois a pobre ouvia maravilhada suas histórias. A Pedra, por sua vez, contava como era lindo o céu, mas sempre que falava nesse assunto assumia um olhar triste.
Com o passar dos dias, a Princesa notou que a Pedra, aparentemente feia, sem graça e rabugenta, se parecia mais com uma estrela. Ela quase podia ver o brilho de uma estrela quando olhava fixamente, e cogitava agitada sobre a hipótese de a Pedra não estar louca. Ela acabou por se convencer de que a outra era uma estrela, mas nunca contou que duvidara. Elas agora tinham uma amizade única, cativante, algo que fazia a Princesa achar graça na vida.
Certa noite, a Estrela estava pensativa, quieta e a Princesa perguntou-lhe o porquê de ela estar assim. A outra a fitou tristemente e respondeu:
- Princesa, estou morrendo.
- Morrendo? Deixe de brincadeiras...
- Ora, não estou brincando. Sou uma estrela caída esperava que eu vivesse por muito tempo?
A princesa não respondeu, não podia acreditar. A estrela continuou.
- Não queria deixá-la triste, mas precisava dizer adeus.
- Tem de haver um jeito de que isso não aconteça. – Retrucou a Princesa apavorada.
- Não há. Mas gostaria de pedir-lhe um favor. Fique ao meu lado até que eu me vá.
A Princesa abraçou-a com carinho e as duas ficaram ali, olhando o céu. Lágrimas silenciosas escorriam pela face da Princesa que apertava muito forte a Estrela, como se assim ela pudesse ficar ali, ao seu lado. Sem que quisesse a Princesa adormeceu, foi um sono profundo, diferente, e sonhou com o mundo que conhecera sob um novo olhar. Um mundo que, agora, tinha vida, cores.
A Princesa despertou e a estrela não estava mais em seus braços, ela havia de fato partido. Foi então que a Princesa percebeu algo e riu sozinha por longos minutos, risos tristes, nunca antes experimentados. Ela percebeu que, embora a outra não estivesse mais ali, seria impossível de esquecê-la, porque foi com aquela pequena estrela que a Princesa descobriu o que significa felicidade".
Autora: Rhayane Peres.
Tens toda a razão. Eu sei que um dia também terei o meu final feliz. Tudo vem de arrasto com o tempo :)
Feliz Ano Novo *